Instalação do Debian passo-a-passo - Parte 3

Se você não viu os outros posts sobre a instalação do Debian, pode conferir aqui:

Parte 1 - Preparação e Boot
Parte 2 - Localidade e Rede

Particionamento:
O particionamento é uma parte um tanto delicada, pois está intrínsecamente ligado à função que se deseja dar ao equipamento. Assim, um desktop tem um esquema de particionamento diferente de um servidor proxy, que por sua vez possui um esquema diferente de um servidor de arquivos e por aí vai ...

Atenção: Sempre que você ouvir falar em particionamento (aqui ou em qualquer outro lugar) tenha em mente que esse procedimento é potencialmente destrutivo, podendo apagar dados já existentes no equipamento.

Como foi dito antes, existem diversas formas de particionamento (ou esquemas de particionamento, como normalmente são chamados). O mais simples, e que vai ser utilizado neste post, define simplesmente uma única partição de dados (mais uma partição swap) e coloca todos os arquivos nela. Nem de longe isso é o ideal: no mínimo devem ser criadas duas partições de dados, uma para a raiz e uma para o /home. Assim, caso ocorram  problemas e haja a necessidade de se reinstalar o sistema, não há a necessidade de se preocupar com os dados desse diretório. Indo um pouco mais além, o particionamento ideal envolveria a criação de diversas partições (possivelmente utilizando-se LVM para facilitar o futuro gerenciamento das partições), talvez utilizando-se vários sistemas de arquivos diferentes e cada partição contendo opções de montagem específicas. Porém isso é um tanto longo e complexo, e fugiria completamente do escopo deste artigo.

Após a configuração da rede, o sistema irá detectar os HDs instalados e iniciar o particionador. A seguinte tela será exibida:
Nesta tela você escolhe o modo de partição. A primeira opção (Assistido - usar disco inteiro) é a minha recomendação. Neste modo o sistema faz todo o trabalho e você tem apenas de confirmar. As outras opções exigem um certo nível de conhecimento sobre vários aspectos como hardware, sistemas de arquivos, LVM e do próprio Linux.
Obs: Esse modo pressupõe que você vai utilizar o HD inteiro para o Linux. O HD terá todas as suas partições removidas e quaisquer dados presentes serão excluídos. Você foi avisado !!!
A próxima tela pede que selecione o HD que será utilizado para a instalação. Caso você possua mais de um HD, certifique-se de escolher o HD correto


Aqui é solicitado que se escolha o esquema de particionamento. Conforme foi dito anteriormente, vamos utilizar o primeiro esquema. Eu recomendo que após concluir uma instalação com sucesso (o que não é nenhum mistério!), faça outras instalações, variando as opções de particionamento, testando sistemas de arquivos diferentes e até mesmo o particionamento manual. Recomendo o uso de máquinas virtuais pela facilidade que elas representam.

Aceitando-se a opção acima, a próxima tela exibe o estado do disco. Caso esteja tudo certo, selecione a opção "Finalizar ...". Caso você deseje selecionar outra opção, selecione "Particionamento Assistido". Caso queira alterar alguma opção em uma partição (como o sistema de arquivos, por exemplo) selecione a partição e pressione ENTER.
A próxima tela é decisiva: é sua última chance antes de concluir o particionamento. Se desejar fazer alguma alteração, selecione "Voltar". Se tudo estiver certo, selecione SIM e pressione ENTER. A tabela de partições do HD será reescrita, e as partições correspondentes serão formatadas.

Fuso Horário:
Nesta tela aparecerão os diversos fusos horários do país selecionado no começo da instalação. É importante selecionar o fuso correto, para que as atualizações do horário de verão funcionem corretamente. Como estou na Região Sudeste (Rio de Janeiro), selecionei São Paulo. Selecione o fuso que se aplica a você e pressione ENTER.


Usuários e Senhas:
A próxima tela solicita a criação da senha do usuário root (também chamado de superusuário ou administrador do sistema). Recomenda-se uma senha complexa, que envolva letras (maiúsculas e minúsculas), números e símbolos. Na página pessoal de Avi Alkalay , existe uma lista de senhas que não devem ser utilizadas . As senhas são coletadas por ele em tentativas de invasão feitas por terceiros a seus servidores. Quando este artigo foi escrito, a lista continha cerca de 142.000 combinações de usuário e senha. Vale a pena dar uma olhada e ver o que não se deve usar. De qualquer forma, você deve digitar uma senha para seu usuário root e em seguida confirmar a mesma senha.


Em seguida é solicitado que seja criado um usuário comum (sem poderes de administrador), para a utilização diária. Nesse caso, é solicitado que você digite um nome para o usuário (ex: João Ninguém), um username (ex: jninguem) e em seguida digite e confirme a senha.



E é isso! Por hoje ficamos por aqui. No próximo post finalizamos a série.

Configurando o PuTTY - Opções Avançadas

Pretendo colocar neste artigo algumas configurações do PuTTY mais avançadas, porém que são freqüentemente esquecidas ou mesmo desconhecidas pela maioria das pessoas.

1 - Session
Close Window on exit (Fechar a Janela ao sair)

Essa opção controla se a janela do PuTTY deve ser fechada quando a conexão é encerrada. É interessante deixar marcada a opção "Only on clean exit", que fechará a janela apenas se a conexão for terminada de uma maneira "limpa", sem erros. Caso a conexão seja encerrada devido a algum erro, a janela permanecerá aberta e a razão da desconexão poderá ser conferida na própria tela ou através do Log de Eventos (PuTTY Event Log). O Log de Eventos é acessado clicando-se com o botão direito do mouse na barra de título da janela e selecionado a opção "Event Log".

As imagens acima mostram algumas entradas do Log de Eventos do PuTTY (que pode ser acessado a qualquer hora durante uma conexão, independente de haver acontecido ou não um erro). A segunda imagem mostra que foi tentada a autenticação por chave privada (uma delas sendo enviada pelo Pageant, e a outra pelo próprio PuTTY) sem sucesso. Depois mostra que foi utilizado um login interativo (Sent Password) com sucesso (Access Granted). Por fim mostra um redirecionamento local sendo criado (falarei sobre redirecionamento SSH mais a frente).

2 - Terminal -> Keyboard
The Function keys and keypad (teclas de função e teclado numérico)
Selecione a opção "Linux". Isso vai permitir que você utilize as teclas de função (F1 a F10) em alguns programas que as utilizam (como o htop, que é uma "evolução" do top).

3 - Terminal -> Bell
Set the stile of the bell (Selecione o estilo da campainha)
A campainha é um som produzido normalmente pelo alto-falante do computador, quando acontece algum erro (por exemplo, quando você tenta completar o nome de um comando com TAB e o sistema não encontra tal comando). Aqui podemos configurar como o PuTTY vai responder quando a "campainha tocar":



  • None (bell disabled): Não faz nada
  • Make default system sound: toca o som padrão do sistema (normalmente aquele "ding" do windows.
  • Visual Bell (Flash Window): Campainha visual. Pisca a tela ao invés de tocar algum som. É a minha preferida, pois normalmente trabalho em equipamentos sem caixa de som, ou com elas desligadas (ou ainda tocando uma música) e em todos esses casos a campainha não passa desapercebida.
  • Beep using the PC Speaker: utiliza o alto-falante do PC para produzir o som.
  • Play a custom sound file: Permite selecionar um som para representar o toque da campainha. Nesse caso é necessário selecionar o toque no botão abaixo.
4 - Window -> Appearance
Adjust the use of the cursor (Ajuste do uso do cursor)
Configura a aparência do cursor. As opções são auto-descritivas: Block (bloco), Underline (sobrescrito) e Vertical Line (linha vertical). A opção "Cursor blinks", se marcada, faz o cursor piscar.
Font settings (Opções de Fonte): permite selecionar o tipo e o tamanho da fonte. Dispensa maiores comentários ...
5 - Window->Behavior
Adjust the behavior of the window title (Ajuste do comportamento do título da janela):
Por padrão, o título da janela de uma conexão é o "IP do servidor - PuTTY". Se você trabalha com várias janelas abertas (as vezes tenho umas cinco abertas simultaneamente), vale a pena setar esta opção. O texto colocado aqui vai aparecer na barra de título da janela, facilitando sua identificação.
6 - Window->Selection
Formatting of pasted characters (Formatação dos caracteres ao colar)
Se a caixa de seleção "Paste to clipboard in RTF as well as plain text" estiver selecionada, quando você selecionar (e portanto copiar) um texto colorido na janela do PuTTY, caso o programa em que você for colar o texto suporte o padrão RTF (Rich Text Format), como o MS-Word, por exemplo, o texto colado estará colorido, conforme o original.

7 - Connection->Data
Auto-login username (Nome de usuário para login):
Permite configurar um nome de usuário para ser enviado ao servidor. Evita a necessidade de ter que digitar sempre o nome de usuário e, se utilizado em conjunto com a autenticação por chave privada, permite automatizar completamente o processo de login.
Terminal-type string (String de tipo de terminal):
Permite informar o tipo de terminal (cliente) utilizado para conexão. O padrão é "xterm". Colocar como "Linux" resolve o problema do teclado numérico não funcionar dentro do vim.

Por enquanto é isso. Na próxima parte, pretendo colocar mais algumas opções e configurações úteis do PuTTY. Enquanto isso, comentários são bem-vindos!!!

Gerando e Instalando Chaves com o PuTTYGen (PuTTY Key Generator)

Existem diversas vantagens em utilizar a autenticação por chaves no PuTTY. Dentre elas podemos citar:
  • Aumento da segurança, pois podemos desativar o login interativo (no qual se digita o nome de usuário e senha) e permitir apenas a autenticação através de chaves. Com isso, elimina-se a possibilidade de uma invasão por brute force.
  • Praticidade: utilizando o Pageant, que é um agente SSH. Quando você efetua uma conexão com um programa que o suporte, o Pageant fornece as chaves para a conexão. Assim, você só precisa digitar a passphrase desta chave uma úinica vez (voltarei a falar sobre isso mais à frente).
Preparando:
Obtenha o pacote de instalação do PuTTY no site oficial. Durante o desenvolvimento desse artigo a versão atual era a putty-0.60-installer.exe. Caso você não possa realizar instalação de softwares na sua máquina, você também pode realizar o download dos componentes individualmente. Nesse caso, você vai precisar dos programas PuTTY, Pageant e PuTTYGen. Porém, algumas facilidades do programa não estarão disponíveis, como a associação automática dos arquivos de Chave Privada com o Pageant (embora isso possa ser feito manualmente posteriormente).
Após baixar e instalar o programa (ou colocar os arquivos em uma pasta), inicie o PuTTYGen. Você verá uma tela semelhante a esta (clique nas imagens para ampliar):
No painel inferior, você define o tipo de chave (SSH-1, SSH-2 RSA e DSA) e o tamanho da chave em bits. Os valores habituais (SSH-2 RSA de 1024 bits) já vêem selecionados por padrão. Após isso, clique no botão "Generate". Após isso, é necessáio mover o mouse aleatóriamente por sobre a janela do programa, até que a barra de progresso seja completamente preenchida (sim, eu sei que a imagem tá tosca ...).
Após alguns instantes, a geração das chaves estará completa. Existem alguns campos agora a serem preenchidos (marcados com 1 na figura):
  • Key Comment: Permite inserir um comentário na chave. É opcional, mas facilita a identificação da chave posteriormente.
  • Key Passphrase / Confirm: Permite inserir uma senha na chave. Assim, antes de utilizar a chave será necessário a digitação da senha. É opcional, mas aumenta a segurança. Considere que uma chave privada sem passphrase seria igual a um cartão de banco sem senha: qualquer um que encontrasse o cartão poderia ter acesso à conta do proprietário. Já um cartão com senha (ou uma chave privada com passphrase) é inútil para quem encontra. É necessário digitar a passphrase e a repetir abaixo.
Vamos agora instalar a chave pública (que fica na máquina que se pretende acessar e não é secreta. Pense nela como a fechadura de uma porta). Existem duas maneiras de se fazer isso: clicar no botão "Save Public Key" e salvar a chave em um arquivo ou copiar o conteúdo do campo 3 da figura para o arquivo de chaves. Em máquinas linux, normalmente é utilizado o arquivo authorized_keys que fica no diretório .ssh dentro do diretório home do seu usuário. Então o caminho completo do arquivo seria /home/juca/.ssh/authorized_keys para um usuário chamado juca e /root/.ssh/authorized_keys para o usuário root. Após esse procedimento a chave pública estará corretamente instalada.
Importante: Tanto o diretório "~/.ssh" quanto o arquivo authorized_keys devem ser de acesso exclusivo ao usuário. Ou seja: o diretório deve ter permissões 0700 e o arquivo permissões 0600. Caso contrário, a autenticação por chaves não funcionará (e o servidor não reportará nenhum erro específico).

Falta agora salvar a chave privada (a chave privada é exclusivamente sua e não deve ser distribuída. Utilizando a analogia anterior, pense nela como a chave da fechadura.). Clique no botão "Save Private Key" (marcado no número 2 na figura) e salve o arquivo com a chave privada. Existem duas formas de utilizar a chave privada:

  • Configurando diretamente no PuTTY: Na configuração do PuTTY, em Connection->SSH->Auth, existe o campo "Private Key File for Authentication". Basta clicar em "Browse" e selecionar o arquivo da chave privada. Porém a cada nova conexão será necessário digitar a passphrase da chave.
  • Utilizando o Pageant: dando um duplo-clique no arquivo de chave publica irá acrescentar esse arquivo na lista de chaves do Pageant, após a digitação da passphrase da chave, caso haja uma. Obs: a associação que permite a abertura da chave diretamente com um duplo-clique só estará disponível caso o Pageant tenha sido instalado pelo pacote de instalação. Caso tenha sido feito o download do arquivo separado existem duas opções: registrar o tipo de arquivo da chave privada (*.ppk) para abertura com o Pageant (recomendável) ou iniciar o Pageant, clicar em "Add Key" e indicar o caminho para cada chave desejada.


Instalação do Debian passo-a-passo - Parte 2

Continuando a série de posts sobre instalação do Debian, vamos agora às configurações de localidade e rede. Se você não viu o primeiro post, pode conferir ele aqui.

Localidade:
A próxima tela é a de "Seleção de Idioma". O idioma selecionado aqui será utilizado durante a instalação e será configurado no sistema final. A menos que você possua alguma razão para fazer diferente, selecione o "Português do Brasil". Caso você realmente prefira o idioma inglês, pode selecionar "Inglês" ou simplesmente "C", que é o equivalente a sem localização. Selecionando o português, facilita na configuração de algumas outras telas, como teclado e fuso horário.
As próximas telas configuram o país e o teclado. Se você selecionou o idioma como "Português do Brasil" o país já vem setado para Brasil e o teclado como BR-ABNT2 (que é o teclado brasileiro com "Ç"). 
Agora o sistema irá detectar o seu hardware e carregar os módulos necessários. A menos que você possua algum hardware "esotérico" (muito fora do padrão), não deve ocorrer nenhum problema aqui.
Configurações de Rede:
Chegamos na parte de configuração de rede. O sistema tenta efetuar a configuração de forma automática (através do protocolo DHCP). Como estou utilizando o VMWare (que implementa um servidor DHCP) a minha configuração ocorreu de forma automática. Caso você esteja em uma rede com DHCP habilitado, (como uma rede corporativa ou mesmo uma domiciliar com um roteador de banda larga) sua configuração deve ocorrer de forma automática. Caso haja algum problema, a configuração é bem simples, necessitando apenas do trivial (endereço IP, máscara de rede, default gateway e servidores DNS). Utilizando-se DHCP, as duas únicas coisas que necessitam ser configuradas são o Hostname do equipamento e o domínio. Tipicamente, em uma rede local, o hostname e o domínio podem ser qualquer um, desde que o hostname seja único para cada máquina e o domínio seja o mesmo para todas.
Por hoje, vamos ficando por aqui. No próximo post, vamos ver o particionamento. Aguardem e comentem!!!

Instalação do Debian passo-a-passo - Parte 1

Nessa sequência de posts pretendo mostrar como faço a instalação padrão de um servidor Debian. Essa instalação pode ser considerada a base para os artigos seguintes deste blog.

Considerações iniciais:

A instalação será executada em uma máquina virtual do VMWare, com 256 Mb de RAM e 4 Gb de HD. Esse padrão de instalação é suficiente (pelo menos para mim) para a criação de máquinas virtuais para testes, e até para algumas máquinas de produção. A versão utilizada na instalação é a 4.0, Codinome Etch, que é a estável atualmente.

Obtendo a mídia de instalação:

A mídia de instalação (normalmente uma imagem ISO de CD/DVD) pode ser obtida de várias maneiras, sendo essas as principais:
  • Download via HTTP/FTP
  • Download via BitTorrent
Os arquivos para download, tanto HTTP quanto torrent, podem ser obtidos no site do Projeto Debian ou de preferência em um mirror oficial, como o da Universidade de São Paulo. Utilizando um mirror você poupa a banda de internet do site do Projeto (que não possui fins lucrativos e é mantido com doações) e descongestiona links internacionais, melhorando a internet como um todo, além de possivelmente conseguir taxas de download melhores.

Existem vários tipos de instalação:
  • Instalação "Normal": Utiliza um ou mais CD/DVD(s) completo(s). A inicialização e a cópia dos arquivos é feita pelo CD/DVD. Não recomendo a menos que a máquina de destino não possua acesso à internet banda larga.
  • Instalação via rede: Utiliza um CD netinst, de aproximadamente 150Mb. A inicialização pode ser feita pelo CD, via pendrivre USB (fiz um tutorial sobre como dar boot via USB) ou via rede (netboot). Os arquivos a serem instalados são baixados da internet, garantindo que os mesmos são atualizados.
Particurlarmente, eu costumo obter uma imagem de CD netinst via BitTorrent (ou HTTP, quando estou em um lugar em que torrent é bloqueado). Essa imagem contém aproximadamente 150 Mb, sendo bem rápida de se baixar nos links atuais, e bem prática de se transportar em um pendrive. E em se tratando de Debian, não existe problema da mídia de instalação ser antiga (podendo ser até de uma versão anterior, em último caso), pois o importante é efetuar a instalação básica do sistema e atualizar via internet posteriormente.

Iniciando a Instalação: Com a ISO baixada e gravada em CD (ou com o pendrive preparado segundo o tutorial) é hora de iniciar a instalação. Colocado o CD no drive e efetuado o boot do computador, deve aparecer uma tela semelhante a essa (clique nas imagens para ampliar):


A titulo de informação, caso seja pressionada a tecla F1, aparece o menu de opções de boot, que informa os outros menus (acessíveis com as teclas de F2 a F10) as diversas opções de boot disponíveis (como o instalador gráfico, modo de recuperação, modo expert e algumas combinações).







Obs: Essas telas aparecem apenas quando o boot é realizado via CD/DVD. Boots realizados através de pendrives, disquetes ou pela rede não exibem essas opções, indo direto para o instalador.

Caso o sistema possua 64Mb de RAM ou menos será exibida a tela abaixo, informando que a instalação prosseguirá em inglês. Nesse caso, algumas telas seriam um pouco diferentes, mas a essência e a sequência são basicamente as mesmas.


E assim vamos ficando por aqui ... No próximo post pretendo mostrar sobre as configurações de localidade e rede. Até lá!!

TCPView - SysInternals

O TCPView é um programa que pode ser considerado uma versão gráfica do netstat (que é utilizado via linha de comando). Ele exibe de forma simples e direta diversas informações sobre as conexões de rede da máquina (clique nas imagens para ampliar): 


As colunas são:

  • Process: exibe o nome da imagem (programa) que é responsável pela conexão e o seu PID (Program ID). 
  • Protocol: exibe o protocolo utilizado na conexão (TCP ou UDP)
  • Local Address: exibe o nome/IP do computador local (o seu), e o nome/número da porta local utilizada pela conexão.
  • Remote Address: exibe o nome/IP do computador remoto, e o nome/número da porta remota utilizada pela conexão.
  • State: informa o status da conexão (mais sobre isso abaixo).
Os principais estados da conexão são:
  • LISTENING: Signifca que existe um processo "ouvindo" (aguardando) por conexões (ou seja, está agindo como um servidor).
  • SYN_SENT: Foi enviado um pacote SYN para tentar iniciar um conexão
  • ESTABLISHED: Existe uma conexão estabelecida.
As conexões novas são destacadas na cor VERDE. Conexões que mudaram de status são exibidas na cor AMARELA. Finalmente, conexões sendo encerradas são exibidas em VERMELHO.

Clicando com o botão direito em uma conexão, você tem as seguintes opções
  • Process Properties: exibe os dados sobre o processo local associado a ela (caminho para o arquivo e os parametros com os quais ele foi chamado)
  • End Process: termina o processo (equivalente a fechar um processo com o gerenciador de tarefas)
  • Close Connection: Força o encerramento da conexão
  • Whois: executa um comando "whois", que obtém informações sobre o IP remoto ao qual se está conectado.
  • Copy: Copia a linha para a área de transferência

Dica - Comentando e Descomentando múltiplas linhas no vi

Descomentando :
Descomentar um bloco de linhas no vi (na verdade, no vim) é relativamente simples (clique na imagem para ampliar):
No modo de comandos (pressione para alternar para o modo de comandos e "i" para voltar ao modo de inserção) pressione CTRL+ v. Isso colocará o vi no Modo de Bloco Visual (Visual Block). Quando está no Modo de Bloco Visual, o vi permite que você selecione o texto em colunas: as setas para a esquerda/direita (ou as letras "h"/"l" respectivamente) movem o cursor laterlamente (definindo a largura da coluna), e as setas para cima/baixo (ou as letras "k"/"j" respectivamente) movem o cursor verticalmente. Para descomentar um bloco de texto, basta definir um bloco com largura de 1 caractere e a altura desejada. Depois, pressione a tecla DELETE. Simples, não?
Comentando:
Essa eu demorei um pouco (alguns anos) para descobrir ... Mas é igualmente simples:
Novamente no modo de comandos pressione CTRL+v para entrar no Visual Block. Em seguida, selecione as linhas a serem comentadas e pressione : (dois pontos). O prompt do vi passará a ser :'<,'> , que representa o intervalo de linhas selecionadas. Agora basta completar a expressão de busca, deve ficar assim:
:'<,'>s/^/X
Onde X é o caractere utilizado para indicar comentários. Normalmente é utilizado o # para isso, mas há exceções. O arquivo de configuração exibido nas imagens pertence ao PHP4, e utiliza ; para comentários. Sendo assim, o comando seria :'<,'>s/^/; . Já o arquivo de configuração do próprio vi utiliza aspas (") como indicador de comentário, então o comando ficaria assim: :'<,'>s/^/" .

Eliminando a "escadinha" no vi

Algumas vezes ao tentar colar algum texto no vi (normalmente quando se está conectado no linux através de um console remoto - como o PuTTY, por exemplo) o texto sai com um efeito "escada". A razão disso é a função "Auto Ident" (auto identação) ativada. É uma função muito útil, principalmente para quem costuma programar utilizando o vi, mas às vezes atrapalha. Para desativá-la momentâneamente, basta digitar:

:set noai

Para ativá-la novamente, digite:

:set ai

Se você tiver certeza de que não precisa de auto identação, pode desabilitá-la de vez no arquivo de configuração do vi (normalmente em /etc/vim/vimrc).

Simples assim!

Debian: Pós Instalação

Esta é a lista de tarefas que eu executo após concluir a instalação de um servidor Debian (todas na conta de root)

Acertar o arquivo .bashrc:

vi /root/.bashrc
  • Descomentar as entradas abaixo de "# You may uncomment the following lines", para deixar o comando ls colorido.
  • Ativar o bash Auto-Completion: se você utiliza o bash como shell, experimente ativar a auto-completion. Como o nome diz, ela extende o recurso de completar o nome dos comandos no shell a várias outras coisas, como opções dos programas mais comuns e até nomes de pacotes a serem instalados/removidos com o apt.
    Para ativar basta incluir a linha abaixo no seu arquvio $HOME/.bashrc

    source /etc/bash_completion
  • Eu costumo acrescentar alguns alias, que facilitam o trabalho (como o de colorir o grep, por exemplo). Os outros são: cdl (vai para /var/log), cds (vai para /etc/init.d), tm (dá um "tail -f" no arquivo /var/log/messages) e ts ("tail -f" no arquivo /var/log/syslog). A imagem abaixo mostra como fica o arquivo final (clique para ampliar):

Acertar a lista de repositórios:

vi /etc/apt/sources.list
  • Comentar a entrada do CD-ROM utilizada na instalação
  • Acrescentar entradas para mirrors próximos a você (eu utilizo o mirror da USP, com ótima performance)
  • Aproveite também para acrescentar a opção non-free nas entradas que ainda não a possuem. Isso vai permitir o acesso a todos os pacotes.
No final, o meu arquivo fica parecido com isso:

#deb cdrom:[Debian GNU/Linux 4.0 r0 _Etch_ - Official i386 CD Binary-1 20070407-11:55]/ etch contrib main
#deb cdrom:[Debian GNU/Linux 4.0 r0 _Etch_ - Official i386 CD Binary-1 20070407-11:55]/ etch contrib main
deb http://linux.iq.usp.br/debian/ etch main contrib non-free
deb-src http://linux.iq.usp.br/debian/ etch main contrib non-free
deb http://security.debian.org/ etch/updates main contrib non-free deb-src http://security.debian.org/ etch/updates main contrib non-free




Saia do arquivo ( :wq), atualize as bases de dados do APT (aptitude update) e instale os pacotes desejados. O que eu costumo instalar como básico:

  • Kernel-Linux: Normalmente, o sistema é instalado com um kernel "genérico", voltado para processadores Intel 386/486, e que suporta apenas 1Gb de memória RAM. Como provavelmente você possui um processador mais moderno, vale a pena instalar um kernel específico para o seu processador, e com suporte a mais memória, se for o caso. Os principais são: linux-image-2.6-686 (para processadores Pentium Pro/Celeron/Pentium 2/Pentium 3/Pentium 4), linux-image-2.6-k7 (para processadores AMD Duron/Athlon/AthlonXP). Os pacotes de Kernel que terminam em smp dão suporte a multiplos processadores/cores e os que terminam em bigmem dão suporte a quantidades de memória superior a 1Gb.
  • vim (VI Improved): a versão do vim que vem instalada por default é minimalista e não contém todos os recursos. Após a instalação, edite o arquivo de configuração (/etc/vim/vimrc) e descomente (retirando as aspas " do começo da linha) a linha que contém o texto syntax on e salve o arquivo. Isso ativa a função de Syntax highlight do vim, que colore o conteúdo dos textos. Pacote: vim
  • Servidor OpenSSh: básico para efetuar o acesso à servidores (se eu pegar alguém usando telnet, vai levar uma surra de gato morto até o gato miar !!!). Pacote: openssh-server
  • Screen: O Screen é um sistema de janelas utilizado em modo texto. Basicamente, permite que você use várias consoles de texto através de uma única conexão (local ou remota), além de várias outras coisas. (mini-tutotial sobre ele em breve !). Pacote: screen
  • PSmisc: instala os utilitarios fuser, killall e pstree. Pacote: psmisc

Outros pacotes:

  • less: utilizado para paginar resultados para cima e para baixo. Não é essencial, mas faz falta as vezes. Pacote: less
  • Build Essential: se você precisar compilar aplicações (ou o kernel) a partir do código fonte, esse pacote instala os pacotes necessários (gcc e sua turma). Pacote: build-essential
  • XOrg: metapacote para instalar o servidor de janelas. Além disso você provavelmente vai querer instalar um ambiente gráfico. Os mais famosos são o Gnome e KDE, mas também há outros mais leves como o xfce, blackbox, IceWM, etc. Não há um ambiente melhor que o outro. Cada um tem características próprias e no geral são muito bons. Recomendo que você teste alguns deles e veja com qual você se dá melhor. Pacote: xorg.

Instalando o Debian através de um Pendrive

A motivação:

Um dia desses, um amigo me pediu ajuda, pois precisava instalar um servidor mas o computador utilizado possuia um drive de CDROM SATA e o CD do debian disponível estava tendo problemas em reconhecê-lo. A solução: dar o boot através de um pendrive.

Material necessário:

Você vai precisar de um pendrive de pelo menos 256Mb (ou com pelo menos uns 180Mb livres), uma imagem ISO do Debian que caiba no pendrive, alguns arquivos baixados de um mirror do projeto Debian e o utilitário SysLinux. Você pode utilizar o pendrive para outras funções normalmente.

1) A imagem de CD ISO.

A imagem ISO pode ser baixada do site do http://www.debian.org (ou de um de seus mirrors. Eu costumo utilizar o mirror da Universidade de SP), via FTP, HTTP, Torrent ou JigDo. Caso você já possua um CD gravado, a imagem pode ser gerada através desse CD. Para fins de economia de espaço (principalmente se você possui um pendrive pequeno de 256Mb ou 512Mb), utilize uma imagem netinst, que possui em média 150Mb.

Para gerar a imagem a partir de um CD:

No linux:
dd if=/dev/hdd of=Debian.iso


Onde /dev/hdd é o dispositivo que representa seu drive de CD/DVD.

No Windows:
Utilize o programa LC ISO Creator, disponível em http://www.lucersoft.com/freeware.php. É gratuito, pequeno (apenas 52Kb) e funciona perfeitamente.

Independente de baixar ou gerar a imagem ISO, uma vez que ela esteja disponível, copie-a para a raiz do pendrive.

2)Arquivos de Inicialização e Instalador

Entre no site http://ftp.nl.debian.org/debian/dists/lenny/main/installer-i386/current/images/hd-media/ e baixe os três arquivos disponíveis (boot.img.gz, initrd.gz, vmlinuz) e copie-os para a raiz do pendrive.

3) SysLinux (Bootloader)

Agora nós precisamos do SysLinux, que será o Bootloader utilizado no nosso pendrive de boot.

No Linux:
Apesar dos fontes estarem disponíveis para compilação, o pacote já esá presente na maioria das distribuições. Sendo assim, a forma mais prática é instalálo através do gerenciador de pacotes de sua ditribuição (no Debian e provavelmente em seus descendentes como Ubuntu e Kurumin basta um "aptitude install syslinux". Com o programa instalado, descubra qual o dispositivo associado ao seu pendrive - dev/sdX - normalmente é /dev/sda ou /dev/sdb. Você pode descobrir isso vendo os logs ou através de comandos como dmesg e mount. Após descobrir qual o dispositivo do pendrive (e ter certeza de que é o dispositivo certo !!!) basta desmontar o dispositivo e executar o seguinte comando:

syslinux /dev/sda

No Windows:
Entre no site http://www.kernel.org/pub/linux/utils/boot/syslinux/ e baixe o arquivo ZIP com a versão
mais atual. Na época da escrita deste artigo, a versão era a syslinux-3.72.zip. Abra o arquivo, localize o diretório win32 e extraia o arquivo syslinux.exe que está dentro desse diretório (para facilitar, você pode extrair para o diretório do windows, normalmente c:\windows). Agora abra um Prompt de Comando, entre no diretório onde você salvou o arquivo syslinux.exe e execute o seguinte comando:

syslinux X:

Onde X: é a letra de unidade associada ao seu pendrive.

Para finalizar, basta criar o arquivo de configuração. Crie um arquivo com o conteúdo abaixo e coloque-o na raiz do pendrive com o nome de syslinux.cfg.

default vmlinuz
append initrd=initrd.gz

Testando:

Para testar, basta deixar o pendrive conectado na porta USB e reiniciar o computador. Dependendo da sua BIOS, talvez seja necessário pressionar uma tecla durante a inicialização (normalmente F8 ou F11) ou alguma configuração na BIOS para que a máquina inicializada pela porta USB.

Atualização (28/07/2010):
Recentemente tentei acessar os arquivos de imagem (descritos no passo 2) e não consegui (Erro 404 - Arquivo não encontrado). Dei uma olhadinha no site e o diretório http://ftp.nl.debian.org/debian/dists/etch/ foi removido, ficando apenas o http://ftp.nl.debian.org/debian/dists/lenny/ em seu lugar. Fora isso, o restante da estrutura parece igual. Assim que tiver um tempinho, eu confiro se mudou mais alguma coisa e atualizo o tutorial (ou crio outro). Nesse meio tempo, já atualizei o link lá em cima.

Ferramentas Microsoft - SysInternals

SysInternals foi uma empresa fundada em 1996 que produziu diversos softwares voltados apara a administração de redes windows. Em 2006 a empresa foi comprada pela Microsoft, que continuou o desenvolvimento e atualmente disponibiliza os produtos para download gratuitamente em seu site, http://technet.microsoft.com/pt-br/sysinternals/default(en-us).aspx.

Nessa série de posts, eu pretendo fazer uma pequena introdução em algumas dessas ferramentas:

1 - TCPView - Lista as conexões de rede (no estilo do netstat)
2 - PageDefrag - desfragmenta arquivos de sistema durante a inicialização do Windows.
3 - PsInfo - Exibe informações sobre a instalação do Windows (local e via rede)


[Update]
Este post ficará como um índice. Assim, conforme a lista de artigos sobre o tema for crescendo, vou incluir seus links aqui.